A Velha Guarda da PORTELA é considerada a mais importante do Mundo do Samba!
Fundada em 1970 por Paulinho da Viola, a Velha-Guarda da Portela era composta
pelos irmãos Aniceto da Portela, Mijinha e Manacéa, e ainda por Alberto Lonato,
Ventura, Alvaiade, Francisco Santana, Antônio Rufino dos Reis, Alcides Dias
Lopes (mais conhecido por Alcides Malandro Histórico), Armando Santos e Antônio
Caetano.
Neste mesmo ano de fundação da Velha-Guarda, Paulinho da Viola produziu
o primeiro disco do grupo. O LP "Portela, passado de glória" foi lançado pela
gravadora RGE e nele constaram as composições: "Quantas lágrimas" (Manacéa); "Se
tu fores na Portela" (Ventura); "Desengano" (Aniceto da Portela); "Sofrimento de
quem ama" (Alberto Lonato); "Vaidade de um sambista" (Francisco Santana); "Chega
de padecer" (Mijinha); "Levanta cedo" (Rufino); "Cocorocó" (Paulo da Portela);
"Tristeza" (A tristeza me persegue) (João da Gente e Heitor dos Prazeres); "Vida
de fidalga" (Francisco Santana e Alvaiade); "Ando penando" (Alcides Dias Lopes);
"A maldade não tem fim" (Armando Santos); "Alegria tu terás" (Antônio Caetano) e
"Passado de glória", de Monarco. O LP ainda contou com a participação do
violonista César de Faria, pai de Paulinho da Viola.
No ano de 1974, o
publicitário Marcos Pereira, através de seu selo, produziu o disco "Portela",
com a participação da Velha Guarda cantando os grandes compositores da escola.
Em 1980, a gravadora Eldorado lançou o LP "Monarco e a Velha-Guarda da Portela".
No ano seguinte, Cristina Buarque lançou o disco "Cristina", no qual constou a
participação da Velha-Guarda da Portela na faixa "Vida de rainha" (Monarco e
Alvaiade). Neste mesmo ano, Clara Nunes, em seu LP, convidou a Velha-Guarda para
participar da faixa "Portela na avenida", de Mauro Duarte e Paulo César
Pinheiro.
Em 1986, o produtor japonês Katsunouri Tanaka lançou para o mercado
japonês o disco "Doce recordação - Velha-Guarda da Portela. Neste LP constaram:
"Hino da Velha-Guarda da Portela" (Francisco Santana) com Francisco Santana;
"Você não é tal mulher" (Alcides Malandro Histórico) interpretada por Monarco,
Casquinha, Argemiro e Francisco Santana; "Fui condenado" (Monarco e Mijinha)
cantada por Monarco; "Nuvem que passou" (Argemiro) com Argemiro; "Doce amor"
(Nilson) com Monarco; "Vai mesmo" (Rufino) com Monarco; "Madrugada" (Aniceto da
Portela); "Mau procedimento:" (Nelson Amorim) interpretada por Monarco; "Mulher
ingrata" e "Nega danada" (Chatim); "Esqueça" (Alberto Lonato) com Alberto
Lonato; "Doce recordação" (Casquinha e Bubú) interpretada por Casquinha e
"Cidade mulher" (Paulo da Portela) com Monarco.
Tanaka produziu outro disco em
1990, "Homenagem a Paulo da Portela", também com a participação da Velha-Guarda
e lançado somente para o mercado japonês, ambos, por seu selo Office Sambinha.
Em 1994, Cristina Buarque lançou pela gravadora Saci o CD "Resgate". Este disco
contou com a participação especial da Velha-Guarda da Portela nas faixas "Amor
perdido" (Manacéia), "Eu perdi você" (Aniceto J. de Andrade, mais conhecido como Aniceto da Portela) e "Adeus, eu vou partir" (Mijinha e Chico Santana).
Neste
mesmo ano, a Velha-Guarda da Portela apresentou-se no show Heineken Concerts no
Palace, em São Paulo, com Paulinho da Viola, Gilberto Gil e Canhoto da Paraíba.
Ainda neste ano, Alberto Lonato, um dos participantes da Velha-Guarda, sofreu um
derrame e foi obrigado a se afastar do grupo, mas sua composição "Sofrimento de
quem ama", gravada no LP "Portela, passado de glória", foi um dos sucessos nas
apresentações do grupo.
Em 1996 participou do disco "Deixa Clarear", de Zeca Pagodinho,
no qual interpretou junto ao anfitrião a faixa "Vou procurar esquecer", de
autoria de Monarco e Ratinho.
No ano 2000, a gravadora Nikita Music relançou o disco
"Doce recordação". Neste mesmo ano, Marisa Monte, cantora e compositora, filha
de Carlos Monte, um dos ex-diretores da Escola de Samba Portela, produziu o CD
"Tudo azul", da Velha-Guarda da Portela. Neste CD, lançado pelo Selo Phonomotor
Records e distribuído pela EMI/Music, a Velha Guarda recebeu vários convidados,
entre eles Paulinho da Viola na faixa "Noite em que tudo esconde" (Alvaide e
Chico Santana), Cristina Buarque na música "Minha vontade" (Chatim) e Zeca
Pagodinho na faixa "Lenço" (Monarco e Chico Santana), além da própria Marisa
Monte em "Volta, meu amor" (Manacéia e Áurea Maria). Também foram incluídas as
composições "Portela desde que eu nasci" (Monarco), "O mundo é assim"
(Alvaiade), "Nascer e florescer" (Manacéa), "Vai saudade" (David do Pandeiro e
Candeia), "Sabiá cantador" (Alvarenga), "Eu te quero" (Jair do Cavaquinho e
Colombo), "Falsas juras" (Casquinha e Candeia), "Tentação" (Ramon Russo e
Casemiro da Cuíca), "Você me abandonou" (Alberto Lonato), "Vem amor"
(Casquinha), "Benjamin" (Josias), "Tudo azul" (Ventura), "Sempre teu amor"
(Manacéa) e "Corri pra ver", de Casquinha, Chico Santana e Monarco. O disco foi
lançado em show no Canecão em fevereiro do mesmo ano, tendo a participação de
vários convidados ilustres e ainda no Palace de São Paulo nos dias 23 e 24 do
mesmo mês. Também em 2000, o professor João Batista Vargens declarou em
entrevista à Lena Frias no "Jornal do Brasil" de 5/2/2000: "Velha-Guarda não é
uma questão de idade ou longevidade, mas de identificação com certas matrizes de
criação musical carioca".
Em 2001, Lula Buarque de Hollanda e Carolina Jabor
começaram a rodar um filme sobre a Velha-Guarda da Portela. O filme, iniciado na
temporada no Canecão, no show "Tudo azul", conta com depoimentos de vários
integrantes do grupo.
Neste mesmo ano, Carlos Monte e João Baptista M. Vargens
lançaram o livro "A Velha Guarda da Portela", no qual entrevistaram vários de
seus componentes. O livro foi lançado no MIS (Museu da Imagem e do Som), no Rio
de Janeiro, e contou com a participação da Velha-Guarda da Portela e de outros
sambistas importantes de várias escolas.
Ainda em 2001, Casquinha - um dos
integrantes da Velha-Guarda da Portela - , convidou o grupo a participar de seu
primeiro disco solo, no qual interpretaram "O sol", parceria de Casquinha com
Argemiro da Portela. Em 2002, a Velha-Guarda da Portela foi convidada a participar em duas
faixas do novo disco de Zeca Pagodinho, "Deixa a vida me levar" e neste mesmo
ano, foi lançado o livro "Velhas Histórias, memórias futuras" (Editora Uerj) de
Eduardo Granja Coutinho, no qual o autor faz várias referências à Velha-Guarda
da Portela.
No ano de 2003 com Marquinhos de Osvaldo Cruz
montou a apresentação "Pagode da família portelense", com feijoada da Tia
Vicentina e convidados, na Quadra da Portela e ao lado de Paulinho da Viola,
Eliane Faria, Época de Ouro e Teresa Cristina, do show na festa de lançamento do
filme "Paulinho da Viola - Meu Tempo É Hoje", de Izabel Jaguaribe, no Teatro
Rival BR, no Rio de Janeiro, filme do qual também a Velha-Guarda participou
cantando com o anfitrião.
Em 2005 a composição "Coração feliz"
(Monarco e Mauro Diniz), foi incluída no CD "À vera", de Zeca Pagodinho, faixa
na qual Velha-Guarda da Portela participou em dueto com o anfitrião. No ano de
2007 a Velha-Guarda da Portela participou, ao lado de vários artistas da MPB,
tais como Diogo Nogueira, Cláudia Leite, Walter Alfaiate, Seu Jorge, Alcione,
Beth Carvalho, Fundo de Quintal, Nélson Sargento, Ivete Sangalo, Jair Rodrigues,
Martinho da Vila, entre outros, da gravação do primeiro CD e DVD "Cidade do
samba", do Selo Zecapagodiscos (Universal Music), no qual a Velha-Guarda,
Monarco e Vanessa da Matta interpretaram a faixa "Onde a dor não tem razão", de
Paulinho da Viola e Elton Medeiros.
Em 2008 foi lançado o documentário "O
Mistério do Samba", produzido por Marisa Monte, com direção de Carolina Jabor e
Lula Buarque de Hollanda. O documentário começou a ser produzido em 1998 e
registrou várias fases do grupo e apresentações por vários estados e países. O
filme foi lançado em show no Circo Voador, com a Velha-Guarda da Portela e
convidados, entre os quais Diogo Nogueira, Teresa Cristina e Mauro Diniz. Sobre
o filme destacamos os seguintes trechos de matérias de jornais: Arnaldo Jabor
(Segundo Caderno 26/08/2008 O Globo) "Não é um filme sobre o passado; é sobre um
presente que nascia. Não é um filme de lamento sobre alguma coisa acabada, mas
sobre a vitalidade que tem de continuar, que resiste nos subúrbios apear da
violência da indústria cultural de massas e da boçalidade dos pagodes de jabás e
de boquinhas de garrafa ou axés de multidões burras. No filme estão todos os
grandes artistas: o espírito de Manacéa, Jair do Cavaquinho, Argemiro
Patrocínio, Casquinha, Monarco, o filho mais moço Paulinho da Viola, protegido
por Tia Surica e Tia Doca. Nele está Zeca Pagodinho, preservando em corpo e alma
o espírito desse tempo, hoje. A Portela aparece nas pequenas coisas: sapatos
brancos e pretos, as mãos gastas, os rostos comidos pelo tempo, mas vivos de
alegria, os pés descalços, os retratos na parede, a comida, a cerveja, os
cavaquinhos e pandeiros".
Zuenir Ventura; "Um emocionante documento sobre o enigma que envolve a criação artística, como pessoas sem condições materiais são capazes de produzir tantas obras geniais...".
Trechos do depoimento de Marisa Monte para matéria de Leonardo Lichote "Maior Lição da Velha Guarda não está nos sambas", publicado pelo jornal O Globo. "O ensinamento mais precioso da Velha Guarda não é a preservação daquela forma de samba, mas sim um conselho para que os artistas se relacionem com sua arte com a mesma paixão que eles mostram. Uma paixão que não passava pelo profissional, eles ganhavam dinheiro em outras atividades. A música ali é pura expressão do sentimento. ... Nosso olhar no filme é sobre a presença humana na música, o cotidiano, o samba como celebração e forma de preservar valores e a memória da comunidade. O assunto é o ser humano e sua criação".
Zuenir Ventura; "Um emocionante documento sobre o enigma que envolve a criação artística, como pessoas sem condições materiais são capazes de produzir tantas obras geniais...".
Trechos do depoimento de Marisa Monte para matéria de Leonardo Lichote "Maior Lição da Velha Guarda não está nos sambas", publicado pelo jornal O Globo. "O ensinamento mais precioso da Velha Guarda não é a preservação daquela forma de samba, mas sim um conselho para que os artistas se relacionem com sua arte com a mesma paixão que eles mostram. Uma paixão que não passava pelo profissional, eles ganhavam dinheiro em outras atividades. A música ali é pura expressão do sentimento. ... Nosso olhar no filme é sobre a presença humana na música, o cotidiano, o samba como celebração e forma de preservar valores e a memória da comunidade. O assunto é o ser humano e sua criação".